Inconsciente

Para Jung o inconsciente não contém apenas os conteúdos da experiência particular individual, mas contém também matrizes, padrões, potenciais coletivos. Ele chegou, então, ao que chamou de Inconsciente Coletivo, que é inerente a todos os seres humanos, ou seja, o conjunto de Todo o Conhecimento Potencial do Homem. Ele está dentro e fora de cada um de nós, nas outras pessoas, nos ambientes, ou seja, em tudo…estamos constantemente em contacto com ele, é como o ar que respiramos. De acordo com a Vontade e o desenvolvimento da consciência individual de cada um, poderá ter acesso a mais ou menos desse Potencial latente. Por exemplo: o conhecimento da maternidade – qualquer pessoa quando vive uma experiência que desperte nela o sentimento associado à maternidade pode acessar (mais ou menos, de acordo com o seu nível de consciência) esse conhecimento gravado no Inconsciente Coletivo que abrange tudo aquilo já vivido ou em potencial (o que poderá ainda ser vivido) dentro deste tema. Todas estas vivências ficam gravadas no Inconsciente Coletivo e qualquer consciência poderá ter acesso. Esse conhecimento fica armazenado, concentrado numa estrutura que é chamada de Arquétipo, ou seja, a concentração do Conhecimento em potencial comum a todos os seres humanos, que se manifesta através dos Símbolos. E o que são os Símbolos? Será explicado mais à frente.

Considerando toda essa informação podemos perceber que existe uma conexão, uma comunicação num nível muito mais profundo no encontro entre duas pessoas para além do nível consciente. É por esta razão que um diálogo pode ser algo muito mais complexo do que aparentemente a nossa consciência poderia considerar.

Vamos ver uma ilustração de como funciona essa dinâmica num encontro entre duas pessoas:

Para facilitar o entendimento a respeito dos mecanismos de funcionamento dos conteúdos do inconsciente, Jung dividiu o inconsciente em inconsciente pessoal e inconsciente coletivo. Embora não exista concretamente esta divisão em termos de conceitos, o inconsciente pessoal é utilizado para designar o conteúdo das experiências pessoais que foram reprimidas pela consciência e conteúdos subliminares de experiências vividas que nunca chegaram a ser conscientizados pela mesma. Por exemplo: Você vê um cesto cheio de maçãs e pensa ‘quero uma maçã’ e quando vai para pegar uma maçã, a sua mãe tira a sua mão e diz ‘não pode, esse cesto não é nosso’. O conteúdo reprimido que fica no seu inconsciente pessoal é a maçã. Agora, vamos supor que ao lado da maçã, do lado de fora do cesto, também havia bananas. Embora a sua consciência não tenha percebido esse conteúdo também ficou gravado como um conteúdo subliminar no seu inconsciente.

E como se organiza todo esse conteúdo que fica no inconsciente pessoal? Organizam-se pelos Complexos que são os conteúdos das vivências pessoais agrupados em função de núcleos, de Temas, que são os Arquétipos.

Portanto, os  Arquétipos são:

  • Possibilidades herdadas para viver experiências relacionadas a temas, conhecimentos que sempre existiram desde os primórdios da humanidade e se repetem, como determinados padrões através dos milénios.
  • Os arquétipos não são derivados da cultura, pelo contrário, as formas culturais é que derivam dos arquétipos, nós só podemos percebê-los indiretamente, observando as suas manifestações, que são as perturbações causadas na consciência pelos Símbolos que podem surgir nos nossos sonhos, ou, quando estamos acordados, através das nossas emoções, pensamentos e experiências…
  • “O arquétipo representa essencialmente um conteúdo inconsciente, o qual se modifica através de sua conscientização e percepção, assumindo matizes que variam de acordo com a consciência individual na qual se manifesta.” (Jung, 1976, p 17)

Cada pessoa vai viver as experiências relativas a um arquétipo de forma única, de acordo com aquilo que traz para consciência, e os conteúdos dessas experiências vividas por cada um se agrupam em torno desses temas centrais (Arquétipos) formando, assim, os Complexos.

  • Os Complexos são, então, agrupamentos de conteúdos de vivências individuais em função de um núcleo arquetípico. O seu núcleo arquetípico possui uma carga energética emocional intensa e, dessa forma, funciona como um ímã atraindo experiências e agrupando estes diversos conteúdos emocionais que estão interligados.
  • As nossas vivências, por tanto, são selecionadas pela consciência e agrupadas por meio de uma carga afetiva no inconsciente que influenciará a forma como percebemos a realidade à nossa volta.
  • Os complexos são aglomerados de conteúdos psíquicos inconscientes que se agrupam de acordo com os temas e a carga afetiva, em função dos Arquétipos, e funcionam como satélites que gravitam em torno da Consciência.
  • Por exemplo: vamos imaginar que todos nós temos uma forma de bolo no formato de um coração. A forma do bolo é o conhecimento em potencial sobre o bolo em forma de coração (ou seja, o arquétipo) igual para todos os seres humanos. Cada pessoa, no seu desenvolvimento pessoal vai preencher esta forma de uma determinada forma, uns podem fazer bolo de limão, outros bolo de chocolate, outros podem fazer um bolo formigueiro, ou um pão de ló, outros poderão ainda não concluir a produção do bolo e colocar apenas a farinha, ou o açúcar, etc. O conteúdo da forma que está relacionado com a vivência pessoal em relação a cada determinado Arquétipo é o Complexo.

Então, apenas para concluir a relação entre Arquétipo e Complexo: para Jung os Arquétipos são matrizes geradoras de padrões referentes a temas que se repetem desde os primórdios da humanidade e os complexos são agrupamentos de conteúdos de vivências pessoais carregados de emoções relacionados aos Arquétipos.

Vamos pensar num exemplo. O Arquétipo representado pelo tema “Mãe” é igual para todos. Todos têm o potencial gerador de vivências relacionadas a esse conhecimento, todos terão experiências relacionadas ao Arquétipo materno. Agora, como cada um vai viver pessoalmente as experiências relacionadas a esse Arquétipo, o quanto irá absorver desse Potencial na sua consciência, irá formar o complexo materno que é individual, diferente para cada um.

Os complexos são inconscientes, e podem invadir a consciência de forma surpreendente fazendo-nos ter atitudes fora do alcance da vontade da consciência.

Quanto maior a carga afetiva inconsciente envolvida no complexo em relação à consciência, maior é a capacidade do complexo de assumir o controle do ego. Através do Autoconhecimento vamos fortalecendo e ampliando a nossa Consciência e, assim, vamos migrando os conteúdos de outros complexos para a consciência, diminuindo, assim, a possibilidade de sermos “possuídos” por tais conteúdos do inconsciente.

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2018-08-08T21:38:49+00:00

Natasha Cecchettini

Sobre a psicoterapia

Processo de auto conhecimento para alcançar o interior de si mesmo e assim ter uma nova forma de ver o mundo.

Minha formação

Psicologia – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – Brasil

Mestrado em Psicologia – Universidade Católica do Porto – Portugal

PNL Master – São Paulo Brasil