Uma Breve Introdução à Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung

Jung, era médico, psiquiatra e foi um dos precursores da psicologia. No início de sua carreira, aprendeu muito sobre a psicanálise com Freud. Ele o admirava e o respeitava muito, pois Freud, através de sua teoria, abriu um novo campo de estudo para ciência, de algo que, até então, era de certa forma ignorado que é o que chamamos de: inconsciente. Antes dos estudos de Freud a ciência só considerava dignas de estudo as questões da consciência e ignorava a existência do inconsciente. Freud e Jung foram muito próximos, trocaram muitas cartas, conversavam sobre os seus sonhos e procuraram entender juntos os processos inconscientes neles presentes. Na primeira vez que se encontraram pessoalmente, conversaram por treze horas sem interrupções. A relação profissional entre os dois era de muito empenho por parte de ambos e Freud via em Jung a grande chance da psicanálise se disseminar para além do judaísmo, pois antes da entrada de Jung todos os membros da sociedade psicanalista eram judeus e Freud tinha medo que a psicanálise fosse uma teoria e método utilizado apenas pelos judeus. Contudo, depois de aprender toda a teoria da psicanálise de Freud, Jung percebeu que ela era ainda limitada sobre alguns aspetos. Percebeu, através de seus próprios experimentos e práticas, que a psicanálise não abrangia totalmente o funcionamento do inconsciente e que ele deveria ampliar seus estudos para entender mais a respeito deste se quisesse ultrapassar tais limites.

Então, ele aprofundou seus estudos e entrou em alguns conflitos teóricos com Freud que não aceitou suas colocações. Quando Jung publicou no seu livro “Transformações e Símbolos da Libido” a sua crítica ao conceito psicanalítico a respeito da sexualidade como pilar central da psique humana e formulou uma nova teoria a esse respeito, Freud rompeu sua relação tanto profissional quanto pessoal com Jung e expulsou-o definitivamente da sociedade psicanalítica. Esse rompimento foi muito difícil e ao mesmo tempo importante para Jung, pois depois do ocorrido Jung escreveu as suas ideias de forma independente em relação aos pensamentos de Freud e construiu uma teoria que chamou Psicologia Analítica.

Do ponto de vista freudiano, os conteúdos que estão no inconsciente reduzem-se a desejos reprimidos, devido à incompatibilidade do seu caráter com o que é moralmente aceite pela sua cultura e educação. Nessa visão, o inconsciente contém apenas as partes da consciência que poderiam ser conscientes se a educação não as tivesse reprimido. Mediante a análise, as repressões são abolidas e os desejos reprimidos conscientizados. Então, seria possível, assim, esgotar o inconsciente através da conscientização dos desejos reprimidos.

Contudo, Jung fala que temos razões teóricas e experimentais para supor que o inconsciente jamais se acha em repouso, no sentido de permanecer inativo, mas está sempre empenhado em agrupar e reagrupar os seus conteúdos e essa atividade do inconsciente é coordenada com a consciência numa relação compensatória. Para Jung, existe um mecanismo de autorregulação da psique que busca um equilíbrio entre a consciência e o inconsciente. Ele coloca que a consciência tem como características primordiais ser estreita, unilateral e intermitente. Estreita, pois foca a atenção num aspeto, por vezes, unilateral porque percebe tudo de forma bipolar e foca sua visão num dos polos, e intermitente porque não é contínua, mas sofre diversas interrupções ao longo do dia. Contudo, conforme os conteúdos do inconsciente vão se tornando cada vez mais conscientes, a consciência vai-se transformando e se tornando mais ampla e abrangente, mais próxima da Totalidade, mais próxima da Psique (a Psique para Jung é a totalidade do ser, ou seja, a consciência mais o inconsciente).

Segundo Jung, mesmo considerando que, sob um determinado ponto de vista, as tendências infantis do inconsciente são importantes de serem trazidas para a consciência, seria incorreto definir ou avaliar o inconsciente apenas nesses termos. Para Jung, o inconsciente também inclui elementos que ainda não alcançaram o limiar da consciência. Constituem eles as sementes de futuros conteúdos conscientes, ou seja, as Potencialidades do Ser Humano.

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Natasha Cecchettini

Sobre a psicoterapia

Processo de auto conhecimento para alcançar o interior de si mesmo e assim ter uma nova forma de ver o mundo.

Minha formação

Psicologia – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – Brasil

Mestrado em Psicologia – Universidade Católica do Porto – Portugal

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